Uma viagem ao espaço
O homem chegou no céu, o homem chegou à Lua, o homem chegou em Marte... “Onde cê vai com esse texto?”, perguntaram os outros doutores. E me mandaram pro espaço, os malditos. “Mas o homem já foi para o espaço”, eu disse. “E desde quando você é homem?”, disseram em uníssono e de mãos dadas.
A verdade é que estamos em contenção de gastos neste blog. Sugeri ir para o espaço usando o Google Earth pra economizar, mas para acessar o Google Earth é necessário ter internet. E pra ter internet precisa ter dinheiro. E pra ter dinheiro precisa ter a manha, viu? Mas como para o espaço podemos viajar com os motores desligados, esta foi uma das soluções mais econômicas que os doutores encontraram para este post. Cortar meu salário pela metade foi outra. Bem que poderiam ter cortado outra coisa. O salário eu uso.
Daqui de cima eu posso ver que o mundo realmente dá voltas. E que nem sempre quanto mais alto, maior o tombo. E que a lei da gravidade contribui muito para isso. Vejo também um planeta. E me aproximo dele. Ele não dá voltas. Ele não dá nada. Ele é um planeta macho. É um planeto. E se os doutores não cortaram a parte do texto em que falo sobre o meu salário, não é esta a metade do texto que vão cortar. Mesmo porque ela não está lá essas coisas e até justifica o meu meio salário. Mas ah, o mundo dá voltas. Uma hora pega os doutores por trás. Se não pega, eu pego.
Ali na frente o que eu vejo? O que eu vejo? Sai da frente, maldito! Esses malabaristas... Sempre na frente do meu pára-brisas! Agora sim... Ah, vejo outro planeta. Ele é pequeno e seguido de vários outros planetas menores e coloridos. Vou tentar me aproximar del...
- Tira a mão, ô porra!
- Mas o que é isso?
- A feira de ciências do Colégio Maria Imaculada. E esse é o meu trabalho escolar, quer ouvir a explicação?
- Não, não posso.
- Tá sem tempo?
- Não, o som não se propaga no vácuo, não consigo te ouvir.
- Tá bom, tchau.
- Hein?
- Oi, eu não tou aqui roubando e esse foi o único jeito que eu encontrei de ajudar...
- Que é isso, rapaz?
- Isso aqui não é um ônibus?
- Bom, é um ônibus espacial...
- Pô, foi mal – mas e aí, vai uma jujuba?
- Não, obrigado, sou canhoto.
- Tá bom, tchau.
Vamos ver: uma galáxia, um planeta, outro planeta, um hífen, um asteróide, uma vírgula, um cometa, um acento circunflexo, uma letra “S”, uma letra “t”, uma “a”, e uma letra letra “r”. “S-t-a-r? Wars?” É o letreiro de Star Wars! Pena que eu não trouxe minha carteirinha, senão pagava meia. Pena que estão me pagando meia, senão eu trazia minha carteirinha. Mas o mundo dá voltas. E eu enrolo.
Pouso num chapéu. “Olá, chapéu”.
- Eu não sou chapéu, sou uma jibóia.
- Olá, jibóia.
- Eu não sou uma jibóia, sou uma ilustração.
- Olá, ilustr...
- E essa é a história do pequeno príncipe.
- Então este é o B-52?
- Não, aqui é A-52, B-52 é nos fundos, quer que vá chamar?
- Não, obrigado. E aquilo, é um baobá?
- Não, aquilo é um baobei – me passa um guardanapo?
O livro do Pequeno Príncipe é ótimo. Já li umas quatro vezes, aquelas figuras. Mas aqui no espaço é um pouco escuro, não dá pra ler. Vou dar um jeito. Tenho que dar. Se eu não der, os doutores me f**em. Bom, pelo visto, vou dar de qualquer jeito. Como diria o Edir Macedo, "Ou dá ou desce"... Sabiam que na verdade é “ou dá ou desse”? Se bem que com essa gravidade zero vai ser difícil descer. Mas pra dar, eu dou um jeito.
Esqueça o que Iury Gagarin disse, esqueça o que você viu nas fotos de satélite, esqueça o que se diz por aí sobre o nosso planeta - se você tem Alzheimer não preciso nem pedir, né? Esqueça que a Terra é azul, porque ela não é. Ela é cinza! Cinza como a noite. Cinza como camiseta preta na mão da minha empregada. Como o pó do qual viemos. E do pó ao qual voltaremos. E voltaremos de novo. E de novo. E de novo. Caramba, não tá batendo. De novo, de novo... Cinza como 20% de black. Cinza como C236, ou C246, ou C245 - alguém viu minha escala Pantone? Cinza como este Insulfilm.
(pausa para reflexão do Dr. Jivago)
(pausa para reflexão do leitor)
(pausa para ir ao banheiro)
(é número 2? Então despausa que dá pra ler no banheiro)
É, a Terra é azul sim, me desculpe. Esquece o que eu falei, tá? Se você tem Alzheimer, melhor.
De repente, está ficando tudo muito escuro. Mais escuro que o normal. “Oi, quem é você?”, pergunto.
- A sua labirintite.
- Você vem sempre aqui?
- Não, só quando eu quero dar umas voltas.
- Isso foi uma piada?
- Ah, deixa pra lá.
- Lá aonde, sua idiota? E você aí chorando, quem é?
- Sou o buraco negro.
- E por que choras buraco negro?
- Porque sou negro e o negro é muito mal visto aqui no espaço.
- Mas ninguém te vê aqui no escuro.
- Não falei?
- Relaxa, o mundo dá voltas, um dia todo mundo será como você.
- Como eu?
- Não, me come. Afe... O quê que eu tou falando, Deus do céu...
- Me chamou?
- Quem é você?
- Sou Deus.
- Não, não chamei, pode ir embora.
- Impossível. Eu estou em todos os lugares.
- Mas para Deus nada é impossível.
- É verdade... Então... Tchau!
E fez-se o fim.
A verdade é que estamos em contenção de gastos neste blog. Sugeri ir para o espaço usando o Google Earth pra economizar, mas para acessar o Google Earth é necessário ter internet. E pra ter internet precisa ter dinheiro. E pra ter dinheiro precisa ter a manha, viu? Mas como para o espaço podemos viajar com os motores desligados, esta foi uma das soluções mais econômicas que os doutores encontraram para este post. Cortar meu salário pela metade foi outra. Bem que poderiam ter cortado outra coisa. O salário eu uso.
Daqui de cima eu posso ver que o mundo realmente dá voltas. E que nem sempre quanto mais alto, maior o tombo. E que a lei da gravidade contribui muito para isso. Vejo também um planeta. E me aproximo dele. Ele não dá voltas. Ele não dá nada. Ele é um planeta macho. É um planeto. E se os doutores não cortaram a parte do texto em que falo sobre o meu salário, não é esta a metade do texto que vão cortar. Mesmo porque ela não está lá essas coisas e até justifica o meu meio salário. Mas ah, o mundo dá voltas. Uma hora pega os doutores por trás. Se não pega, eu pego.
Ali na frente o que eu vejo? O que eu vejo? Sai da frente, maldito! Esses malabaristas... Sempre na frente do meu pára-brisas! Agora sim... Ah, vejo outro planeta. Ele é pequeno e seguido de vários outros planetas menores e coloridos. Vou tentar me aproximar del...
- Tira a mão, ô porra!
- Mas o que é isso?
- A feira de ciências do Colégio Maria Imaculada. E esse é o meu trabalho escolar, quer ouvir a explicação?
- Não, não posso.
- Tá sem tempo?
- Não, o som não se propaga no vácuo, não consigo te ouvir.
- Tá bom, tchau.
- Hein?
- Oi, eu não tou aqui roubando e esse foi o único jeito que eu encontrei de ajudar...
- Que é isso, rapaz?
- Isso aqui não é um ônibus?
- Bom, é um ônibus espacial...
- Pô, foi mal – mas e aí, vai uma jujuba?
- Não, obrigado, sou canhoto.
- Tá bom, tchau.
Vamos ver: uma galáxia, um planeta, outro planeta, um hífen, um asteróide, uma vírgula, um cometa, um acento circunflexo, uma letra “S”, uma letra “t”, uma “a”, e uma letra letra “r”. “S-t-a-r? Wars?” É o letreiro de Star Wars! Pena que eu não trouxe minha carteirinha, senão pagava meia. Pena que estão me pagando meia, senão eu trazia minha carteirinha. Mas o mundo dá voltas. E eu enrolo.
Pouso num chapéu. “Olá, chapéu”.
- Eu não sou chapéu, sou uma jibóia.
- Olá, jibóia.
- Eu não sou uma jibóia, sou uma ilustração.
- Olá, ilustr...
- E essa é a história do pequeno príncipe.
- Então este é o B-52?
- Não, aqui é A-52, B-52 é nos fundos, quer que vá chamar?
- Não, obrigado. E aquilo, é um baobá?
- Não, aquilo é um baobei – me passa um guardanapo?
O livro do Pequeno Príncipe é ótimo. Já li umas quatro vezes, aquelas figuras. Mas aqui no espaço é um pouco escuro, não dá pra ler. Vou dar um jeito. Tenho que dar. Se eu não der, os doutores me f**em. Bom, pelo visto, vou dar de qualquer jeito. Como diria o Edir Macedo, "Ou dá ou desce"... Sabiam que na verdade é “ou dá ou desse”? Se bem que com essa gravidade zero vai ser difícil descer. Mas pra dar, eu dou um jeito.
Esqueça o que Iury Gagarin disse, esqueça o que você viu nas fotos de satélite, esqueça o que se diz por aí sobre o nosso planeta - se você tem Alzheimer não preciso nem pedir, né? Esqueça que a Terra é azul, porque ela não é. Ela é cinza! Cinza como a noite. Cinza como camiseta preta na mão da minha empregada. Como o pó do qual viemos. E do pó ao qual voltaremos. E voltaremos de novo. E de novo. E de novo. Caramba, não tá batendo. De novo, de novo... Cinza como 20% de black. Cinza como C236, ou C246, ou C245 - alguém viu minha escala Pantone? Cinza como este Insulfilm.
(pausa para reflexão do Dr. Jivago)
(pausa para reflexão do leitor)
(pausa para ir ao banheiro)
(é número 2? Então despausa que dá pra ler no banheiro)
É, a Terra é azul sim, me desculpe. Esquece o que eu falei, tá? Se você tem Alzheimer, melhor.
De repente, está ficando tudo muito escuro. Mais escuro que o normal. “Oi, quem é você?”, pergunto.
- A sua labirintite.
- Você vem sempre aqui?
- Não, só quando eu quero dar umas voltas.
- Isso foi uma piada?
- Ah, deixa pra lá.
- Lá aonde, sua idiota? E você aí chorando, quem é?
- Sou o buraco negro.
- E por que choras buraco negro?
- Porque sou negro e o negro é muito mal visto aqui no espaço.
- Mas ninguém te vê aqui no escuro.
- Não falei?
- Relaxa, o mundo dá voltas, um dia todo mundo será como você.
- Como eu?
- Não, me come. Afe... O quê que eu tou falando, Deus do céu...
- Me chamou?
- Quem é você?
- Sou Deus.
- Não, não chamei, pode ir embora.
- Impossível. Eu estou em todos os lugares.
- Mas para Deus nada é impossível.
- É verdade... Então... Tchau!
E fez-se o fim.
Marcadores: 20 cigarros supergrandes, B-52, espaço, humor nonsense










8 Comentários:
Prrrrimerrrrraaaaa...
E fez-se as novas pecados capitais:
1. Fazer modificação genética
2. Poluir o meio ambiente
3. Causar injustiça social
4. Causar pobreza
5. Tornar-se extremamente rico
6. Usar drogas
Eu querrrrr jujuba!
Por
Anônimo, às 8:11 AM, março 12, 2008
Oh Debbie
Queen of the underground
Carrying her gold guitar
The show is over
My downtown baby is headin' home
Singing a song
She's walkin' alone
She walking down the block
Now she's comin' my way
As our hearts and our dark sunglasses lock
Por
Anônimo, às 8:20 AM, março 12, 2008
E o q o hífen faz no meio... entre vcs? Manda o bombadeiro já!
(pausa para reflexão... inclinar para a direita e aliviar a pressão)
huahuahuahuahuahua
Por
Anônimo, às 10:40 AM, março 12, 2008
Alemão, tirando o item 5, todos os doutores ficamos preocupados.
Leitor Idiota, só uma música me comove. Comover é um verbo muito curioso, porque de duplo sentido. É um verbo bicurioso.
Chuck, o hífen nos separa. Graças a ele, não somos como o verbo comover. Mas estamos de mãos dadas.
Por
Dr. Jivago, às 11:54 AM, março 12, 2008
São 2:30? Ainda não? Vou ali e já volto então...
http://www.psxas.com.br/script.php?toxin
Por
Anônimo, às 12:08 PM, março 13, 2008
Este comentário foi removido pelo autor.
Por
Doctor Taliesin, às 7:02 PM, março 13, 2008
São 2h30 agora! Póvoltá!
Por
Anônimo, às 9:07 PM, março 13, 2008
De volta ao planeta Terra...
[pausa para refletir...]
Opa, aqui não é a Terra! Tou vendo o Pequeno Príncipe...
Cadê a raposa?
Por
Sekka, às 4:25 AM, março 16, 2008
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