sábado, maio 30, 2009

ENTREVISTA 171: Graziella Moretto

Entrevista - Graziella Moretto

Padrão de excelência, Graziella Moretto é talentosa, bonita e versátil: cozinheira de mão cheia, também sabe cuidar de crianças, limpar, lavar, passar, trocar lâmpadas, montar armários, instalar chuveiros, abrir pote de azeitonas... Ou seja, é mulher pra casar! É o que pensamos suspirando, enquanto aguardávamos um cafezinho passado na hora em coador de pano. Ainda que tenha todos esses predicados domésticos, Graziella projetou seu nome como atriz – comediante de destaque - em néon vermelho pisca-pisca. Adivinha quem fez a instalação elétrica?

De aprendiza das maiores escolas de arte dramática do país, passou a gran-mestra da comédia stand-up brasileira no espetáculo "Terça Insana". Além disso, contribuiu para o sucesso da maioria das recentes séries nacionais de humor e, por esquecimento, não nos ofereceu açúcar ou adoçante. Atuou em novelas, seriados infantis, longa metragens - dentre eles o indicado ao Oscar "Cidade de Deus" - e só não fez mais porque é brasileira; fosse norte-americana, teria aberto uma franquia de Starbucks e mudaria o logotipo da empresa. “Porque sim”, diria ela.

Mas não é só do significado de seu nome que Graziella é feita. Aliás, qual é o significado de seu nome? E Moretto? Ela também emociona platéias em peças teatrais e ainda arrumou tempo para ser escritora. Chegamos a perguntar ofegantes “Como pode ser tão versátil”? Intimidados por uma furadeira e a pergunta “Ah, já começamos a entrevista”?, ficamos calados e olhamos pra frente.

O que importa é que em tudo em que se meteu, Graziella deu show, inclusive nesta entrevista e apesar das nossas perguntas. Mas sem querer soarmos mal-agradecidos, e decepcionados por achar que era tudo de bom, uma coisa devemos confessar: ô cafezinho ruim esse!

Revista Errata - Teatro, cinema, TV, literatura, internet, maternidade, cozinha chinesa... Como você divide isso tudo, sabendo que a raiz de y é -2 e que a função definida por y(x) é 3x + a = 5x – b. Dê exemplos.
Graziella Moretto -
Do mesmo jeito que a grande parte das trabalhadoras brasileiras: com determinação, alegria, coragem, amor incondicional e uma boa calculadora, afinal não se pode contar muito com os homens; em geral eles não são bons em conta de dividir.

Revista Errata - Você e uma moçada bacana têm tentado (mesmo que de maneira não-intencional) mudar a cara do humor brasileiro, país monocultor nesta seara. Modernizar algo que está tão entranhado no inconsciente coletivo está mais para o balé, ou para o vale-tudo?
Graziella Moretto -
Mudar não é questão de querer, é resultado do encontro entre o que é dito por uns e ouvido por outros. E na quantidade de ruído no caminho entre a voz e o ouvido.

Revista Errata - O brasileiro é um fanático e a maioria tem em mente qual seria a seleção ideal. Na sua opinião e contando apenas com as revelações da última década, quem deveria ser escalado para uma reencarnação do idolatrado programa TV Pirata (incluindo você, é claro)?
Graziella Moretto -
Hum, TV Pirata era mesmo muito bom, não só por causa dos atores, mas os roteiristas também eram a nata dos comediantes inteligentes. Então teríamos que fazer também um banco cheio de roteiristas de altíssimo nível, o que é muito difícil até de imaginar hoje em dia.

Revista Errata - Ironicamente, uma das perguntas mais feitas por nós para cada entrevistado é engraçada; mas também é redundante, o que a torna ainda mais engraçada. O que você nos aconselharia para deixá-la assim, muito mais engraçada?
Graziella Moretto -
Parar de achar que redundância tem graça. Ou então vá escrever pro Zorra Total.

Revista Errata - Não é comum uma atriz migrar com sucesso da publicidade para as artes dramáticas. Mais ainda das artes dramáticas para a política. Você pretende se lançar candidata, como o Arnold?
Graziella Moretto -
Não, eu pretendo agora comprar uma arma e sair por aí exterminando publicitários e diretores de cinema.

Revista Errata - Por falar nisso: Terça Insana. Você já vivenciou alguma na vida real? O Stephen Hawking estava envolvido? Por que?
Graziella Moretto -
A insanidade dominou terças, semanas e meses do meu passado recente. Foi preciso um pai de santo mesmo para destrancar meu caminho.

Revista Errata - Após ter revelado publicamente a marca de nascença que carrega no rosto, houve alguma entrevista que não tenha aproveitado para mencionar esse fato?
Graziella Moretto -
Esta.

Revista Errata - O problema do cinema brasileiro atual é de distribuição: os filmes são feitos, mas poucos são exibidos. Se fossem falados em inglês, não teriam mais chances de chegar ao público?
Graziella Moretto -
I have no idea what you are talking about.

Revista Errata - Algumas semanas atrás eu chorei na Páscoa, porque pensei em Jesus, que não pensa em mim. Você pensa Nele? E em mim?
Graziella Moretto -
Você é que pensa que ele não pensa; você é tão engraçado! Você acha que tudo isso que você pensa sai assim da sua cabeça? Isso é Jesus, meu filho.

Revista Errata - Se o mundo fosse acabar hoje e estivesse presa numa ilha deserta, quais os atuais e futuros projetos de Graziella Moretto?
Graziella Moretto -
Passar um dia bom e tranqüilo ao lado das únicas pessoas que me interessam de verdade. E dar um tiro nas que deviam morrer antes de o mundo acabar só pra terem menos tempo de vida.

Revista Errata - Mande uma energia positiva aos nossos leitores! Mas não vale “Um axé”!
Graziella Moretto -
Você não manda em mim, eu mando se quiser.

BATE-BOLA:
- YouTube
Pra ser perfeito só falta pagar cachê.
- Matrioshkas
Uma coisa de mulher.
- Semáforo de três fases
Deveria vir embutido na gente feito um chip, pra impedir certos impulsos de avançar o sinal pra tudo que não presta.
- Infância
Aquele período lindo da vida onde as pessoas acham que têm que descontar em você todo o mal que fizeram a elas quando eram crianças.
- Kidscone
A vingança das crianças que são educadas por essas pessoas.
- Você é bonita
Divulga por aí.

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sábado, maio 16, 2009

Fim de uma fase, começo de outra (ou "Matamos um chefão")

Ou "Um breve comunicado"

Ou "Trono Assento Judiciário Jesus"

Finalmente o blog do site da revista do grupo de humor nonsense Errata retoma seus trabalhos em definitivo - ou até o fim do mundo (que não deve estar longe e que, depois da crise, assusta menos que o fim do mês) - com nonsense suficiente para povos de todas as raças, cores, crenças, orientações sexuais, tamanhos e sabores. Mas não se animem; para celebrar esta volta garantimos apenas novidades e não risadas*, que não somos bobos.

Nas próximas semanas, (se o mundo não acabar), vocês conhecerão nossos novos doutores residentes, selecionados com critério e rigor nas melhores unidades dos Sanatorinhos do país. E todos vocês estão convidados a vivenciar uma série dramática de posts que se iniciará em breve, revelando o real destino (ou quase, ou mais ou menos, ou Trono Assento Judiciário Jesus) e o que andaram fazendo os antigos doutores. Comprem lenços e papel higiênico. De um deles vocês vão precisar.

E claro, há mais, muito mais, mais pra Trono Assento Judiciário Jesus, quer dizer, pra caramba! A volta das entrevistas e a estréia (um dia, pô!) do Erratacast! E quem sabe até o final do ano a ErraTV entra no ar para brigar de igual para igual com CNN, FOX e Bloomberg. Bom, ao menos no número de cores... (e somente as derivadas de azul, que não somos bobos).

Um salve e longa vida desnatado a esta birosca! Aleluia!

*Ao persistirem os sintomas, não reze.

PS1: Falamos que não somos bobos? Só pra confirmar. Porque, de fato, somos.
PS2: Ou não somos.
PS3: Wii
PS4: Trono Assento Judiciário Jesus!

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segunda-feira, maio 04, 2009

Um novo post de uma história velha. Isso sim é reality!

Mas antes, como diria o Twitter: “O que você está fazendo?”

Há 5 coisas possíveis que você poderia estar fazendo:

a – Curtindo a crise com R$ 2,25 no bolso, insuficientes para um maço de cigarros e com uma vontade danada de Doritos com Coca-Cola Zero;
b – Vendo o Ronaldo com mais de R$ 2,25 no bolso;
c – Voltando do México com vontade de comer feijoada;
d – Lendo um texto num blog;
e – Muitas outras coisas possíveis, inclusive parabenizando a Débora Bloch pelo seu aniversário.

Enfim, quanta coisa mudou... Olhei pro céu, era noite; que gostoso... Lembrei de tanta coisa e reparei que tanta coisa... mudou. Eu tinha uma vida normal até o acidente: 19 carros em Iracemápolis, normal.

Ali, conheci um braço tatuado. Num momento de bom humor, algo muito normal em mim, apertei a mão do braço e disse: “Prazer!” Hahahaha! Ai, que engraçado... O dedinho ainda tremia de tão recém-amputado. Mas era um braço normal.

Foi nesse dia que eu conheci a Dra. Eunice, cheia de sangue (hoje, já nem tanto). Lembro claramente de seu rosto delicado, desesperado e nervoso, tentando impedir que eu levasse o braço do seu pai pra casa. Ele também não queria deixar. Normal...

Felizmente eu consegui me defender. Mas com três braços ficou fácil, confesso; não sou de me gabar. Naquela hora, uma hora normal, me dei conta que três não é demais. Fiquei até excitado por entender isso - bem normal - e comecei a bolinar uma mulher que estava engatinhando pra sair de perto de um carro em chamas... Usei o meu braço novo, claro! Não sou um pervertido. E ela estava engatinhando normalmente; deve ter gostado, porque nem se levantou pra reclamar.

Um casal de japoneses (aliás, até hoje eu não sei se eram japoneses ou chineses, ou se simplesmente estavam com cara de dor), estendia suas mãos pra mim. Peguei o braço que estava debaixo do meu braço, lancei a mão do braço na direção deles e gritei: “Hi5!” Eu sempre quis fazer isso... Depois gritei: “Normal!” Infelizmente, eles morreram antes de me ouvir.

De repente, percebi alguém correndo na minha direção. Era a Dra. Eunice, linda, com uma parte de seus cabelos esvoaçante e a outra parte cheia de gosma. Usava um par de óculos que estava intacto, um avental branco de médico sem as calças e... UGH!

- Escuta aqui seu idiota, aonde você pensa que vai com o braço do meu pai?
- Ué, eu achei... É meu!
- É um braço!! Pertence à pessoa que nasceu com ele!
- Quem é a senhora??
- Eunice! Por quê?
- Eu, Pedro! Prazer.
- Você é retardado?
- Não, eu sou normal.
- Dá esse braço aqui, seu, seu...
- Se é meu, devolve!
- TOMA ISSO POR ROUBAR O BRAÇO DE PAPAI! – Bate o braço com força na cara de Pedro.
- Ai, pô! Mas ok, normal!
- E ISSO É PELO BRAÇO DA MAMÃE!
- Ai! De novo, pô?!? E eu nem peguei o braço da sua mãe!
- EU SEI, MAS ELA NASCEU SEM E SOFREU MUITO!!! TOMA MAIS ESSA, SEU LOUCO!!!
- Ai, pô! Mas peraí... Eu, louco?

E assim, foi-se. Linda, com uma parte de seus cabelos esvoaçante e com um braço na mão. Nunca mais esqueci a Dra. Eunice. E toda aquela agitação normal me deu sede. Pus a mão no bolso e tinha R$ 2,25. Não dava nem pra comprar um maço de cigarros. Olhei no bolso dos japoneses, encontrei R$ 100,00 e fui comer uma feijoada.

Com a barriga cheia, olhei pro céu, era noite; que gostoso... E hoje de manhã, abri o browser, olhei pro monitor e vi que voltaram! Os doutores voltaram! Quem sabe eles podem me ajudar a encontrar a Dra. Eunice? Seria minha última chanc... Atchim!

Gripe suína. Mas normal.

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