segunda-feira, maio 04, 2009

Um novo post de uma história velha. Isso sim é reality!

Mas antes, como diria o Twitter: “O que você está fazendo?”

Há 5 coisas possíveis que você poderia estar fazendo:

a – Curtindo a crise com R$ 2,25 no bolso, insuficientes para um maço de cigarros e com uma vontade danada de Doritos com Coca-Cola Zero;
b – Vendo o Ronaldo com mais de R$ 2,25 no bolso;
c – Voltando do México com vontade de comer feijoada;
d – Lendo um texto num blog;
e – Muitas outras coisas possíveis, inclusive parabenizando a Débora Bloch pelo seu aniversário.

Enfim, quanta coisa mudou... Olhei pro céu, era noite; que gostoso... Lembrei de tanta coisa e reparei que tanta coisa... mudou. Eu tinha uma vida normal até o acidente: 19 carros em Iracemápolis, normal.

Ali, conheci um braço tatuado. Num momento de bom humor, algo muito normal em mim, apertei a mão do braço e disse: “Prazer!” Hahahaha! Ai, que engraçado... O dedinho ainda tremia de tão recém-amputado. Mas era um braço normal.

Foi nesse dia que eu conheci a Dra. Eunice, cheia de sangue (hoje, já nem tanto). Lembro claramente de seu rosto delicado, desesperado e nervoso, tentando impedir que eu levasse o braço do seu pai pra casa. Ele também não queria deixar. Normal...

Felizmente eu consegui me defender. Mas com três braços ficou fácil, confesso; não sou de me gabar. Naquela hora, uma hora normal, me dei conta que três não é demais. Fiquei até excitado por entender isso - bem normal - e comecei a bolinar uma mulher que estava engatinhando pra sair de perto de um carro em chamas... Usei o meu braço novo, claro! Não sou um pervertido. E ela estava engatinhando normalmente; deve ter gostado, porque nem se levantou pra reclamar.

Um casal de japoneses (aliás, até hoje eu não sei se eram japoneses ou chineses, ou se simplesmente estavam com cara de dor), estendia suas mãos pra mim. Peguei o braço que estava debaixo do meu braço, lancei a mão do braço na direção deles e gritei: “Hi5!” Eu sempre quis fazer isso... Depois gritei: “Normal!” Infelizmente, eles morreram antes de me ouvir.

De repente, percebi alguém correndo na minha direção. Era a Dra. Eunice, linda, com uma parte de seus cabelos esvoaçante e a outra parte cheia de gosma. Usava um par de óculos que estava intacto, um avental branco de médico sem as calças e... UGH!

- Escuta aqui seu idiota, aonde você pensa que vai com o braço do meu pai?
- Ué, eu achei... É meu!
- É um braço!! Pertence à pessoa que nasceu com ele!
- Quem é a senhora??
- Eunice! Por quê?
- Eu, Pedro! Prazer.
- Você é retardado?
- Não, eu sou normal.
- Dá esse braço aqui, seu, seu...
- Se é meu, devolve!
- TOMA ISSO POR ROUBAR O BRAÇO DE PAPAI! – Bate o braço com força na cara de Pedro.
- Ai, pô! Mas ok, normal!
- E ISSO É PELO BRAÇO DA MAMÃE!
- Ai! De novo, pô?!? E eu nem peguei o braço da sua mãe!
- EU SEI, MAS ELA NASCEU SEM E SOFREU MUITO!!! TOMA MAIS ESSA, SEU LOUCO!!!
- Ai, pô! Mas peraí... Eu, louco?

E assim, foi-se. Linda, com uma parte de seus cabelos esvoaçante e com um braço na mão. Nunca mais esqueci a Dra. Eunice. E toda aquela agitação normal me deu sede. Pus a mão no bolso e tinha R$ 2,25. Não dava nem pra comprar um maço de cigarros. Olhei no bolso dos japoneses, encontrei R$ 100,00 e fui comer uma feijoada.

Com a barriga cheia, olhei pro céu, era noite; que gostoso... E hoje de manhã, abri o browser, olhei pro monitor e vi que voltaram! Os doutores voltaram! Quem sabe eles podem me ajudar a encontrar a Dra. Eunice? Seria minha última chanc... Atchim!

Gripe suína. Mas normal.

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