Rosana Hermann tem muitos lados pouco conhecidos. É como a lua, antes de Louis Armstrong pisar lá em cima e dizer “cheese!” É escritora (a Rosana, não a lua), roteirista, apresentadora, diretora artística e – pasmem! – ainda cozinha que é uma beleza. Não? Mas... Ah, seu CURRÍCULO é uma beleza! Vocês põem estas letras miúdas aqui, querem o quê? Bom... Rosana já foi redatora de programas como Sai de Baixo e Domingão do Faustão, colunista de diversos jornais e revistas e, em noites de céu aberto, é possível observar o cheese, digo, fruto da sua participação (da Rosana, não do Louis) na *equipe de criação e redação do Pânico na TV, da RedeTV! e da rádio Jovem Pan. Eu disse que a espevitada ragazza ainda mantém seu próprio blog - o Querido Leitor - e é colunista de vários outros blogs na web e fora... dela...? Mas quem foi que escreveu este biográfico?!? Nesta entrevista, Rosana viaja na verdadeira maionese e relembra os melhores momentos da tabuada do seis ao som de Blue Moon, em versão executada pelo Trio Los Angeles. Que venham as palavras! Cheese!!!
Revista Errata - Rosana, você é judia, filha de alemães, casou-se com um psiquiatra e é física nuclear. Primeira pergunta: você é uma pessoa vingativa, ou podemos relaxar? Rosana Hermann - Eu sou chata, implicante, crítica e sincericida. Mas na minha coleção de defeitos faltou a vingança. Relaxa. Mas se for pra gozar, por favor, use o recinto ao lado.
Revista Errata - Entre rádios, redes de televisão, humor, literatura, economia, revistas, internet e igrejas, o que você estava fazendo no dia 20 de agosto de 1985? Rosana - Era uma terça-feira. Eu tinha acordado às 5 da manhã com a conta bancária no vermelho. Saí da jaula e fui fazer as 40 notas datilografadas para a Rádio Antena-1 FM. Fiz o café do cachorro, dei pinga pro papagaio e escrevi o roteiro do programa ao vivo da Band. Entreguei-o na produção. Voltei pra casa, tomei banho e fui para a Rádio Jovem Pan FM fazer o “Boi na linha” com o Emilio Surita até tarde da noite. Depois eu jantei e fiz sexo, não necessariamente nesta ordem. Hoje, minha vida é totalmente diferente. Acordo às 6:20h e tenho uma caderneta de poupança. Somos 4 na mesma jaula. Faço 40 notas digitadas para blogs todos os dias. Sirvo o café do meu cachorro. Escrevo roteiros para o Pânico na Rede TV e envio-os por email. Trabalho com o Emilio Surita até tarde da noite, na mesma Rádio Jovem Pan FM. Não me lembro direito, mas ontem à noite deixei de fazer alguma coisa. Só não sei se foi jantar ou fazer sexo. Meu papagaio parou de beber, mas fuma sem parar até a hora de fechar o bingo.
Revista Errata - Com a experiência que você tem, já deve ter enfrentado incontáveis problemas com o ego. Ele é uma invenção argentina como o dentista e o pedágio? E é um problema num grupo grande como o Pânico? Rosana - O ego é um erro de tradução para a língua inglesa, que emprestou a palavra do latim. Freud escrevia em alemão e definiu o “Das Ich”, “O Eu”. Portanto, ego é só coisa pra inglês ver. Só eu existo. Tá bom, existem outras pessoas também, o que me causa muita revolta em alguns momentos. O Pânico é um grupo grande, sim e difícil de controlar. Felizmente, graças ao nosso equilíbrio instável no auge do sucesso e as freqüentes espinafradas do público, da crítica e do ministério público, estamos conseguindo manter nossos egos dentro dos padrões do Inmetro.
Revista Errata - Você costuma utilizar um palavreado mais coloquial com seus leitores, mas colóquiu (do latim colloquiu) não é uma palavra lá muito coloquial. Por isso faremos uma campanha para banir esta palavra quando usada para descrever uma conversação coloquial. Enfim, você acha que existe uma censura velada no Brasil? Há incoerências na determinação de horários em que alguns programas podem ou não ser exibidos? Rosana - Somos o país da incoerência, da hipocrisia, do disfarce. Ninguém pode ficar pelado na TV, mas no carnaval pode, porque está 'em contexto'. Aliás, a mulherada não pode ficar totalmente nua, tem que ter tapa-sexo e meia calça. A brasileira, aliás, deve ter o menor sexo do mundo em área, porque com duas purpurinas a Globoleza já tapa tudo. No Brasil tudo é velado, até morto.
Revista Errata - Você é blogueira desde 1999 (com certeza, uma das precursoras dos até então desconhecidos "diários virtuais" aqui no Brasil), hoje é uma das mais conhecidas no meio e, provavelmente, é a mais ativa - sempre buscando e incorporando novidades que... Eu tinha que colocar uma pergunta inteligente aqui. Vai, me ajuda! Rosana - Sério? Eu achei que a pergunta inteligente era aquela do ego! Nossa, como eu sou burra!
Revista Errata - Rosana... 1, 2, 3, “spin”, 5, 6, 7, “spin”, 8, 9, 10... Rosana - Depende. Se você estiver tentando ensinar os passos da “dança do siri”, está certo.
Revista Errata - O presidente Lula faz comparações em seus discursos como se fossem parábolas. Ele é um "Salvador" que não deu certo? Devemos crucificá-lo? Não vale lavar as mãos, nem citar o Sassá Mutema. Rosana - O Lula fala errado por granjas tortas. Mas tudo bem, porque parábolas são parábolas, nada mais que parábolas. Eu votei no Lula, por um problema de link. Eu achava que clicando na ignorância e na pobreza eu ia abrir um hotsite da honestidade. Mas acho que o firewall da realidade e o bloqueador de pop-up da esperança estavam ativados.
Revista Errata - O humor parece estar na sua vida como o feijão está para o arroz, o horário político está para a TV por assinatura e este blog está para ser fechado... Não, isso não! Quais humoristas ou grupos de humor estão entre os prediletos da Rosana Hermann? E do Pelé? Rosana - O humor está em minha vida em arroz integral, entende? E meu blog, eu dedico às criancinhas. Humor? Eu detesto gente Zé Graça, que se sente na obrigação de ser engraçadinho. Eu adoro gente espontânea, que faz graça sem querer. Gosto de humor sacado e de humor nonsense. Gosto do super elaborado e do imprevisto e detesto o decorado meio termo. Odeio humor chulo, primitivo, que acha que a coisa mais engraçada do mundo é falar de cocô. Se cocô fosse engraçado, o faxineiro do banheiro da rodoviária seria a pessoa mais feliz do mundo.
Revista Errata - Se a gente usasse aqui no blog a frase “um abraço, um podcast e uma foto no Everest”, você nos processaria? Aproveite e deixe um beijo e um cheese para os nossos leitores! Rosana - Eu me sentiria lisonjeada e ainda daria os parabéns. Rimar podcast com Everest é muito bom. Para os seus leitores, deixo um cheese cake com calda de frutas vermelhas, um café com adoçante e a conta pra você pagar. E uma última pergunta: tem como carimbar o papelzinho do estacionamento?
BATE-BOLA: - Um sinônimoJerônimo
- Djalma JorgeUm homem, um mito, um pastel de palmito
- Pastel de pizzaNão nos responsabilizamos pelas queimaduras provocadas pelo tomate quente
- ScrubsSdruvs
- Telefone da Sabrina SatoSony Ericsson
- Robert CrumbMuito Robert
- Sonho de consumoVida ideal: transar sem procriar, comer sem engordar e ganhar sem trabalhar
*nota: Rosana Herman não faz mais parte da equipe do "Pânico". Tem contrato assinado até março de 2010 com a Band.Marcadores: aperto de mouse, entrevista, humor nonsense, Pânico